3 de fevereiro de 2010

CAN'2010 - ANÁLISE

Técnicos abalizados avaliam
nível competitivo do CAN

Os vários profissionais do futebol contactados pela Agência de Noticias ANGOP, em Luanda (capital de Angola) foram unânimes em reconhecer, que ao contrário da prova passada, neste CAN as equipas participantes tiveram menos desempenho, em contraste com as excelentes condições de suporte e apoios postos a disposição pelo Governo angolano

 Segundo o antigo seleccionador nacional de Portugal, Carlos Queirós, o nível competitivo foi de média razoável, a julgar pelo comportamento dos jogadores intervenientes e também pelo resultado dos desafios. 
“As estrelas dos Camarões, Nigéria, Côte D'Ivoire e Malí, que têm brilhado na Europa, foram uma grande decepção” , disse e acrescentou , que ao integrarem as selecções dos seus países fica a percepção de que os referidos jogadores pensam mais nos seus clubes, onde recebem salários superiores aos das equipas do continente africano.
 O actual instrutor da modalidade nas escolas do Petro de Luanda, para além de evidenciar o comportamento da selecção angolana, que chegou aos quartos-de-final, elogiou a actuação dos árbitros e o esforço organizativo das autoridades nacionais.               
 “Ao chegarem a mesma classificação anterior, os Palancas Negras não tiveram uma má participação, embora pudessem ir um pouco mais longe”.  
 Da mesma opinião, foi o treinador da Académica do Soyo, Romeu Filemon, tendo afirmado que as principais equipas se apresentaram apenas com o estatuto dos nomes que ostentam, não correspondendo com as expectativas técnicas e competitivas antes previstas.
 Para o também seleccionador nacional de sub-20, em termos competitivos os confrontos valeram pela qualidade dos jogadores do Egipto, Ghana, Angola e Zâmbia.
 “Com realce para o Ghana que apresentou uma equipa jovem bastante talentosa e com uma grande margem de progressão para êxitos num futuro próximo. De resto, não houve novidades em termos de sistemas tácticos, mantendo-se sempre os tradicionais,“ frisou.                          
 Já à antiga estrela do futebol angolano, Daniel Ndunguidi, lembrou que o facto dos egípcios passearem toda a sua classe, saindo invictos do campeonato, demonstra uma certa decaída nos níveis competitivos. “As outras selecções têm de trabalhar mais para fazer frente principalmente aos magrebinos”, sublinhou e adiantou que as estrelas continentais não estiveram no seu melhor, talvez poupando-se para o próximo mundial da África do Sul, assim, retirando um pouco do que se esperava do evento no país.
 O treinador também expressou o seu contentamento pela coragem na renovação da selecção ghanense, que teve um comportamento exemplar.
“São muito jovens e evidenciaram uma certa capacidade técnica e desportiva, que fizeram esquecer as grandes estrelas da equipa”.
                               Por sua vez, o treinador da equipa do Petro de Luanda, Bernardino Pedroto, contrariando alguns dos interpelados da Angop, garantiu que foi um CAN de grande nível em todos os aspectos, embora esclarecendo que esperava por uma melhor actuação das formações dos Camarões e Costa do Marfim, manifestou a sua surpresa pelo comportamento positivo dos jovens ghanenses, que chegaram à final da prova com os egípcios.

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