22 de novembro de 2010

GERALDO BARÃO ANGOLANO

Talismã do Coritiba
 
quer título africano em 2012
Atacante de 18 anos conta com ajuda de fã-clube
de compatriotas em Curitiba
para levar Angola a título inédito
geraldo coritiba
Créditos: Altair Santos, especial para o iG

Atenção: Com o devido respeito por Altair Santos, autor do texto que repasso neste post, esclareço que escrevi alguns acréscimos elucidativos sobre o Geraldo que me ocorreram oportunos para uma mais minuciosa informação sobre este angolano que eu tanto admiro. Os referidos acréscimos estão feitos em itálico. Carlos Pereira 
A seleção angolana "Palancas Negras" iniciou no começo de outubro a disputa das eliminatórias para a Copa das Nações Africanas, que em 2012 acontece no Gabão e na Guiné Equatorial. No jogo de estreia, derrota por 3 a 0 para Uganda, em Kampala, sob orientação do técnico francês Hervé Renard. A partida foi acompanhada de Curitiba por um grupo de cinco angolanos portadores de deficiência visual. Eles formam o fã clube do compatriota Geraldo, 18 anos, que integra o elenco dos "barões"  Palancas Negras.
Geraldo chegou ao Brasil com 16 para 17 anos, trazido pela mão do seu tutor Norberto de Castro, director da Escola de Futebol de Viana (Luanda-Angola), para disputar a Copa São Paulo de Juniores de 2009 pelo Rio Claro (SP). Chamou a atenção do Andraus, clube-formador da região metropolitana de Curitiba, onde Geraldo aperfeiçoou seus dotes futebolísticos e apreendeu novos rumos, e foi contratado.
Em julho de 2009, observado pelo técnico René Simões, em um amistoso entre reservas do Coritiba e o Andraus, Geraldo viu sua vida dar uma guinada. “Perguntei quem era e já sugeri que trouxessem”, disse Simões, que na época trabalhava no clube paranaense.
Geraldo passou por uma transformação no Coritiba. Ganhou musculatura, aperfeiçoou os fundamentos e virou uma espécie de mascote do elenco profissional do clube. “Ele tem uma vontade enorme de aprender”, elogia o técnico Ney Franco, que em 18 de abril de 2010 botou fé no angolano e o escalou para entrar no Atletiba que decidia o título estadual. Geraldo fez o gol do título, no jogo vencido por 2 a 0 pelo Coritiba. “Aquele gol mudou minha vida”, admite o atacante.
Mudou mesmo. A repercussão do lance atravessou fronteiras e chegou aos ouvidos do técnico Hervé Renard, na ocasião orientava a seleção principal de Angola. Desde então, Geraldo tem sido convocado sistematicamente. Ainda não é titular, mas tornou-se ídolo para Wilson Madeira, Prudêncio Tumbika, Maurício Tchop, Emília Cussama e Francisco Kata. Os cinco angolanos fazem parte de uma oficina de música no Instituto Paranaense de Cegos, localizado em Curitiba.
Para homenagear Geraldo, o fã clube, óbvio, fez uma música para ele. O jogador retribuiu com doação de instrumentos. Hoje, mesmo limitado pela deficiência, o quinteto vai ao estádio Couto Pereira. “A vibração da torcida é muito legal”, diz Prudêncio Tumbika, para quem Geraldo já poderia ser titular do time. O técnico Ney Franco pede calma. “Ele tem só 18 anos e precisa desenvolver suas potencialidades”, explica.
Geraldo admite a necessidade de evolução. “Estou aprendendo muito aqui no Brasil”, diz o amuleto do Coritiba, que reforçou sua condição de ídolo ao marcar também o gol da conquista da Série B, no empate por 2 a 2 contra o Icasa.
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