A vergonhosa situação na Federação
presidida por Justino Fernandes
3 de Fevereiro de 2011

A saída de Osvaldo Saturnino “Jesus”, vice-presidente para as Associações, acentua a crise na Federação Angolana de Futebol (FAF) e oficializa as criticas feitas à direcção de Justino Fernandes, pelos treinadores e pela imprensa.
Há muito se sabia deste mau ambiente entre os dirigentes, mas faltava uma voz oficial parta legitimar toda a informação – tida como especulativa – que a imprensa desportiva difundia.
A passagem, na FAF de Alves Simões, até então membro da “task force”, para conselheiro de Justino Fernandes, presidente de direcção, abriu o caminho à crise, cuja responsabilidade está agora nas mãos das associações provinciais, as únicas entidades com possibilidades de alterar a situação à luz da Lei das Associações Desportivas e do Estatuto da FAF.
De conselheiro de presidente, Alves Simões tornou-se supervisor da Selecção Nacional, relegando para os juniores o vice-presidente para as Selecções Nacionais, Rui Costa.
O presidente da FAF, Justino Fernandes, patrocinou assim uma “guerra” (mesmo que silenciosa) entre Rui Costa, membro eleito, e Alves Simões. A primeira vítima da situação foi o treinador português, Manuel José, que acabou por sair.
O treinador português contratado para orientar os Palancas Negras, no CAN2010, acusou Alves Simões de ser “mau para o balneário”, enquanto Hervé Renard, treinador francês que sucedeu no cargo o português, considerou Rui Costa como sendo o principal responsável pela não implementação do projecto de caça talentos, cujo objectivo era renovar os Palancas Negras.
Ou seja, os dois foram acusados de serem responsáveis pela “fuga” dos treinadores Manuel José e Hervé Renard. A saída de Zeca Amaral ficouse a dever à incapacidade financeira da Federação Angolana de Futebol de pagar ao treinador angolano mais de 25 mil dólares, segundo revelou Justino Fernandes, na conferência de imprensa do dia 8 de Janeiro.
Quanto à incapacidade financeira, as responsabilidades só podem ser atribuídas ao gestor principal da FAF, no caso Justino Fernandes, por ter afugentado os patrocinadores, a principal fonte de financiamento.
Justino Fernandes não implementou as orientações expressas no projecto de estudo feito pela FIFA, em Março de 2004, em que se recomendava a contratação de especialistas para o gabinete de marketing, de modo a torná-lo funcional.
A direcção da FAF, liderada por Justino Fernandes, menosprezou tal recomendação, deixando o departamento de marketing entregue a uma única pessoa (Inácio Olim). A este especialista, com formação em marketing em Leipzig Alemanha, a FAF não tem dado ouvidos, nem sendo tido nem achado.
O exemplo recente foi a ida dos Palancas Negras para o Brasil, onde se preparam para o CHAN2011, que terá lugar em Fevereiro, no Sudão, sendo que o responsável pelo marketing ficou no seu gabinete.
A vice-presidente do Marketing, Eufrazina Maiato, deslocou-se à Alemanha para contactos com uma empresa que irá vestir as selecções nacionais, mas o estratega de marketing continuou sem ser tido nem achado, apesar de conhecer a realidade alemã.
JESUS NÃO É SANTO
Osvaldo Saturnino “Jesus” demitiu-se para preparar melhor a sua eleição à direcção da Federação Angolana de Futebol. “Jesus”, candidato derrotado em 2005 por Justino Fernandes, aceitou, no segundo mandato deste, fazer parte da direcção.
Jesus sabia, no entanto, do seu papel na direcção de Justino Fernandes face ao cargo que lhe foi atribuído – vicepresidente para as Associações. Ou seja, o ex-avançado do Petro de Luanda assumiu, desde então, o papel de “entreter” as associações provínciais.
Não sendo vice-presidente para as Selecções Nacionais, nem director técnico (um cargo inexistente) que influência Jesus esperava ter na direcção de Justino Fernandes? A decisão sensata teria sido nunca aceitar e esperar pela sua vez.
Ninguém pode retirar a “Jesus” o estatuto de homem de futebol, mas tendo sido deputado à Assembleia Nacional durante 16 anos, em particular da Sexta Comissão – encarregue pelo Desporto, Cultura, Ciência, Educação e Comunicação Social nada fez pelo futebol.
CANDIDATOS PREPARAM O VOo
Job Capapinha, Jesus e Alves Simões esperam pelo signo para se candidatarem à presidência da Federação Angolana de Futebol, FAF. As eleições acontecem apenas em 2012, uma vez que a Lei das Associações Desportivas obriga todas as federações a realizarem as suas eleições dentro do ciclo olímpico. Se Justino Fernandes decidir demitir-se, a Federação Angolana de Futebol terá de ser dirigida por uma comissão de gestão até a realização das eleições.
Job Capapinha, ex-vice ministro do Desporto e Governador de Luanda, jura a mãos juntas que nunca lhe ocorreu concorrer à presidência da FAF, enquanto Alves Simões aguarda que Justino Fernandes se retire para assumir publicamente o seu sonho de chegar à presidência FAF.
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