10 de setembro de 2011

Manifestação em Luanda

Detenções foram feitas
com base na lei vigente
O ministro do Interior, Sebastião Martins, afirmou sexta-feira, em Luanda, que a Polícia Nacional agiu com base na lei durante a manifestação ocorrida no último sábado, no Largo da Independência, em Luanda, em que foram detidos e encaminhados para julgamento alguns participantes
Sebastião Martins que falava à imprensa durante a inauguração de uma nave anexa ao Estabelecimento Prisional de Viana, esclareceu que a acção da Polícia visou repor a ordem e tranquilidade pública.

O ministro do Interior admitiu que a manifestação foi autorizada, mas sublinhou que a mesma tinha de ser realizada entre as 13 horas e a meia-noite daquele dia no Largo da Independência, requisitos não respeitado pelos organizadores.

Segundo o ministro, os manifestantes desrespeitaram as regras de civismo e de comportamento aceitáveis numa sociedade que se quer tranquila e onde os princípios morais e o respeito devem prevalecer.

"Os manifestantes, ao marcharem do largo, na tentativa de seguirem até ao Palácio (Presidencial), criaram embaraços na rua, usaram palavras ofensivas à dignidade das pessoas e amolgaram viaturas, situação que criou desordem pública e alterou o sentido da marcha", explicou o responsável.

Sebastião Martins lembrou que Angola é um país onde as normas e princípios constitucionais são respeitados.

"A Polícia não actuou com tanta violência como parece, porque de noite até já estavam casais a tirar fotografias (no referido largo)", afirmou.

De acordo com o ministro, as forças da ordem cumpriram com o seu papel, apresentando os detidos ao Ministério Público. "Cabe agora ao tribunal definir se a actuação da Polícia foi ou não boa".

Lembrou que o papel da corporação é proteger a população e fazer com que os cidadãos se sintam em paz e segurança. Sebastião Martins disse que tem assistido a algumas referências sobre a actuação da Polícia e lamentou o facto de não se estar a divulgar o incómodo que a manifestação causou a terceiros, assim como a "grande simpatia" que a maior parte dos cidadãos das proximidades do Largo da Independência demonstrou à corporação, devido à sua intervenção. "Eles (os cidadãos) sentiam-se ameaçados".

Por outro lado, denunciou a tentativa de manipulação de imagens no intuito de fazer crer as pessoas que a polícia utilizou força bruta para com os manifestantes, dando o exemplo de um video colocado na internet, onde um cidadão está deitado no chão e com pessoas a passar em volta dele.

O governante assegurou que o Ministério do Interior vai continuar a tomar medidas que evitem a criação de condições que estiveram na base dos motins ocorridos em Londres, Grécia e outras paragens.

"Se Angola fosse um Estado onde houvesse um défice acentuado de democracia, como se costuma dizer, aquelas manifestações não seriam possíveis. A manifestação é prova da vitalidade da democracia", disse Sebastião Martins, para quem é preciso entender que "a democracia tem regras e princípios".

"Que haja manifestação, mas respeitando os outros milhões que não se revêem nela", apelou o ministro, que lembrou a máxima segundo a qual "os nossos direitos terminam onde começam os dos outros".

Sebastião Martins admitiu que haja alguma frustração por parte da juventude, mas realçou que "há um grande esforço do Executivo" no sentido de resolver os principais problemas que afligem a população.

Para o ministro,

o momento oportuno e soberano para manifestar agrado ou desagrado à governação é durante as eleições, que estão previstas para o próximo ano.

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