Fidel Castro dá a primeira entrevista
à TV em quase um ano

Fidel parecia bem de saúde, embora sua voz tenha soado fraca, na entrevista transmitida ontem, à noite, pela televisão estatal de Cuba.
Durante entrevista ao programa Mesa Redonda, Fidel, que está com 83 anos de idade, respondeu a perguntas e falou sobre temas de política internacional, entre eles, a questão do programa nuclear iraniano e as tensões em relação à Coreia do Norte.
Vestindo uma camisa quadriculada e uma jaqueta esporte, o líder cubano parecia bem de saúde, embora, segundo o correspondente da BBC em Havana, Michael Voss, por algumas vezes sua voz tenha soado fraca e rouca.
Segundo Voss, esta foi a mais significativa entrevista de Fidel à televisão desde 2006, quando foi obrigado a transmitir o poder a seu irmão Raúl Castro, atual presidente de Cuba, por problemas de saúde.
Guerra
Durante o programa, Fidel fez duras críticas ao governo dos Estados Unidos, principalmente em relação as suas políticas para Teerã e Pyongyang, e afirmou considerar um ataque americano ao Irã iminente.
Para o líder cubano, no entanto, uma eventual guerra entre os dois países seria mais delicada para os EUA do que a invasão americana ao Iraque.
“O Iraque não tinha o armamento (de destruição em massa). Era um país dividido entre curdos, xiitas e sunitas. Nenhuma destas divisões existe no Irã. Então, os Estados Unidos vão encontrar resistência, o que não tinham no Iraque”, disse.
A entrevista do líder cubano foi transmitida depois de fotografias mostrando Fidel em público terem sido divulgadas durante o final de semana.
Segundo o correspondente da BBC, o repentino retorno de Fidel à mídia pode ter o objetivo de indicar que, apesar de estar formalmente afastado do poder, ele continua fazendo parte dos processos de decisão na ilha.
Fidel continua sendo o líder do Partido Comunista de Cuba e publica artigos opinativos periodicamente na imprensa do país.
Embora não tenha sido mencionado na entrevista desta segunda-feira, a aparição de Fidel no programa de televisão acontece após um anúncio feito na semana passada de que o governo cubano irá libertar 52 prisioneiros políticos.
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