12 de outubro de 2011

EURO' 2012
Portugal

DINAMARCA DERROTA PORTUGAL
e Rui Patrício evitou goleada
Com O JOGO 
CRÓNICA DE ANTÓNIO TADEIA

A pior exibição de Portugal na fase de qualificação, apenas comparável aos desastres contra Chipre e a Noruega, logo a abrir, não chegou para levar a Selecção para lá dos "play-off" que apurarão as quatro derradeiras finalistas do Europeu de 2012. Associada à vitória da Suécia frente à Holanda, a derrota ante a Dinamarca, em Copenhaga, mitigada para 1-2 em período de compensações, num livre em que Ronaldo mostrou à nação que, afinal, estava em campo, impediu Paulo Bento de continuar a recuperação que encetara há um ano ante este mesmo adversário e deixou bem evidentes lacunas pouco ou nada consentâneas com a que é a quarta equipa do ranking da FIFA. Ontem, de resto, Portugal raramente foi uma equipa. A Selecção Nacional começou por ser atropelada pelos dinamarqueses, num início em que se misturaram receio e apatia; e terminou tacticamente sufocada pela organização de um adversário que teve sempre a resposta certa para cada momento do jogo.

Para Portugal, a palavra dominante de início começou por ser "medo". Foi estranho, porque o próprio seleccionador reforçara que a equipa podia jogar com dois dos três resultados. Mais: podia jogar com oito das nove conjugações de resultados entre o seu próprio jogo e o Suécia-Holanda, que decorria à mesma hora. Mas o golo anulado aos dinamarqueses, logo aos 4', num livre lateral, deixando a nu as fragilidades defensivas desta equipa, acordou o Adamastor e provou que se algo ia podre no reino da Dinamarca era a forma de Portugal jogar. Os dinamarqueses, dispostos em 4x2x3x1, mostravam-se sempre prontos a correr o terreno no sentido vertical, intensos a pressionar, velozes a ocupar espaços e rápidos a meter a bola perto da área, o que partiu Portugal em três blocos: os avançados eram lentos a recuperar, os defesas ficavam demasiado atrás e os médios perdidos entre tanto espaço a pedir ocupação.
Isso quis dizer que, mesmo tendo resistido ao tal golo de Silberbauer, Portugal não resistiu muito mais tempo, pois Krohn-Dehli fez mesmo o 1-0 aos 13'. Com o golo, porém, a Dinamarca baixou o ritmo e as linhas, dando a Portugal o espaço que precisava para se organizar ofensivamente. Só que aí, ao medo, sucedeu a apatia. Os laterais não subiam para dar linhas de passe, os médios sofriam para ligar a equipa e Ronaldo procurava sempre o corredor central, onde Postiga era o dos dias-maus, acumulando foras-de-jogo em vez de tabelas bem sucedidas. Portugal passou a ter bola e espaço, mas não conseguia articular lances de perigo: o primeiro remate enquadrado com a baliza, fê-lo aos 38', por Ronaldo.
A equipa só podia melhorar com o intervalo. E foi o que sucedeu. Os laterais apareceram mais, os médios também, o jogo ligou-se, mas não era o dia de a selecção brilhar. Um contra-ataque deixou Krohn-Dehli muito perto do 2-0 logo aos 48'. E se a Dinamarca não marcou ali, fê-lo aos 63', quando Rommedahl encontrou as costas de Eliseu e ofereceu o golo a Bendtner. Para cúmulo, a Suécia dera a volta e já vencia a Holanda. Portugal estava fora do Europeu, onde não entrou nem quando Paulo Bento assumiu a colocação de Ronaldo ao meio, abdicando de um médio e dispondo a equipa em 4x4x2, com Quaresma e Nani nas alas. Até final, foi a equipa da casa quem esteve mais perto do 3-0, sempre negado por Rui Patrício, mas acabou por ser Ronaldo quem fez o 2-1, de livre, dando a Portugal dois minutos de esperança tão vã quanto efémera num empate que seria imerecido.

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