21 de agosto de 2012

ANGOLA
ELEIÇÕES , CABINDA


De Cabinda ao Cunene 

construímos uma Nação

Alberto Coelho| Cabinda - Hoje
José Eduardo dos Santos arrastou uma multidão para o estádio municipal de Cabinda
Fotografia: Francisco Bernardo

Os “Bakamas” do Tchizo saíram mais uma vez para receber o chefe dos chefes. No aeroporto de Cabinda dançaram em sinal de boas vindas. José Eduardo dos Santos tinha acabado de pisar a terra de Cabinda que, como afirmou no comício do Estádio do Tafe, “faz parte de Angola desde o tempo em que os portugueses ocuparam a costa do Loango, até acima de Ponta Negra”.


O cabeça de lista do MPLA foi recebido por mais de dez mil pessoas que esgotaram o Estádio Municipal do Tafe. Entre os apoiantes, estavam grupos que vieram de Belize e Buço Zau, municípios que no passado deram suporte à guerrilha do MPLA, na luta armada contra o colonialismo. José Eduardo dos Santos recordou então que as populações e os sobas de Cabinda consideravam os guerrilheiros do MPLA como “seus filhos”. Num discurso em que recordou o seu próprio trajecto, José Eduardo dos Santos falou de Pedalé, Kimba, Jorge Tchimpuati e outros dirigentes do partido que combateram de armas na mão pela libertação da pátria. Evocou igualmente o exemplo de Deolinda Rodrigues e Maria Mambo Café, que ainda jovens se juntaram à causa da libertação da pátria, “de Cabinda ao Cunene”.
A direcção do MPLA, em 1974, nomeou um dos seus mais jovens dirigentes, José Eduardo dos Santos, “para coordenar e supervisionar todas as bases da guerrilha do MPLA na Região Norte, que tinha a sua direcção em Cabinda”. Ndozi e Pedalé eram os seus colaboradores mais próximos.
De Cabinda partiram alguns dos mais destacados combatentes do MPLA, para abrir a Frente Leste. José Eduardo recordou que, desde então, da província partiram guerrilheiros para todas as frentes da batalha contra o colonialismo: “por tudo isto dizemos que Cabinda foi e é o nosso laboratório de quadros”, disse José Eduardo dos Santos.
Nas bancadas do estádio, os milhares de pessoas que vieram do Belize e Buço Zau agitaram as bandeiras e deram vivas a José Eduardo dos Santos e ao MPLA.
No trajecto das recordações de José Eduardo dos Santos coube um episódio pouco conhecido: “recordo o dia em que o Presidente Agostinho Neto foi a Sanda Massala, no Belize, visitar o povo e os nossos guerrilheiros. Foi recebido em festa naquela que era uma zona libertada. Os camaradas Nvunda e Pedalé comandavam a nossa base”.
Foi nas áreas libertadas que centenas de jovens de todas as províncias frequentaram os centros de instrução revolucionária e daí partiram para “libertar a pátria, de Cabinda ao Cunene”.

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