PEDRO NETO VOLTA ÀS LIDES DESPORTIVAS
O sexto presidente da Federação Angolana de Futebol (FAF), Pedro Neto, em substituição de Justino Fernandes, em eleições extraordinárias de 16 de Junho último, foi empossado terça-feira, em Luanda, para um mandato de 18 meses
Após derrotar o candidato Artur Almeida (Lista B), por 58 votos contra 27, em 18 círculos provinciais eleitorais, o antigo presidente do Clube 1º de Agosto (1997/2007) foi investido numa cerimónia com a presença de várias personalidades, decorrida no complexo hoteleiro da Endiama, no Bairro do Miramar.
De carreira militar e também ligado a diplomacia, nasceu a 15 de Junho de 1952. De nacionalidade angolana, o ex-embaixador na República da Zâmbia, é casado e fala fluentemente português, russo, francês e inglês.
Praticante da modalidade, tendo como ponto mais alto da carreira a conquista do campeonato distrital pelo Vitória do Bié (1968) e Sporting do Bié (1970), Pedro Neto exerceu ainda os cargos de vice-presidente para o futebol do 1º de Agosto e é um dos impulsionadores do futebol inter-unidades (Escola Militar de Comunicações).
O substituto de Justino Fernandes no órgão reitor do futebol nacional tem como passatempo a leitura, música e cinema, além de praticar futebol nas velhas guardas. Foi igualmente jogador do Ferroviário do Huambo e do ASA (Atlético Sport Aviação).
O novo máximo da FAF tem no seu programa de acção, entre outros, projectos como a construção de campos de futebol, centros de treinamento das selecções nacionais, formação de árbitros, treinadores e profissionalização do futebol.
Quanto ao consulado da federação, fundada em 1979, depois de Justino Fernandes, que cumpriu três mandatos desde 1999, agora Pedro Neto é o sexto homem no comando desta instituição do desporto rei em Angola.
O seu antecessor, Justino Fernandes, antigo ministro dos Desportos, viu interrompido o mandato que terminaria em 2012, devido a uma iniciativa dos associados, que solicitaram a realização de assembleia-geral extraordinária da qual resultou as eleições antecipadas.
Eduardo dos Santos, que liderou a FAF no período de 1979 a 1984, foi o primeiro presidente da instituição, seguindo-se Luís Gomes (1984/1990) e José António Fernandes (1990/1991).
A assumpção do cargo por Armando Machado (1992 a 1999) marcou uma viragem nos moldes até então seguidos.
Pela primeira vez o presidente de direcção ocupou o cargo por via de eleições, método vigente até aos dias de hoje.
O período de liderança de Armando Machado foi marcado pela construção da sede social da Federação Angolana de Futebol e o Hotel Palanca, infra-estruturas localizadas no complexo da cidadela desportiva, em Luanda.
Foi também sob sua “jurisdição” que Angola participou pela primeira vez na fase final de um Campeonato Africano das Nações em futebol, em 1996, no CAN da África do Sul.
Na altura, a selecção nacional foi liderada tecnicamente por Carlos Alhinho, já falecido.
Em 1999 foi a vez de Justino Fernandes emprestar o seu saber em prol do futebol nacional, tendo se mantido no posto por três mandatos de quatro anos cada.
Este foi “obrigado” pelos associados a abdicar do seu último ano de gerência, por alegada necessidade de revitalização do futebol nacional.
Foi sob gestão deste antigo governador da província de Luanda que o futebol angolano conheceu momentos áureos, com destaque para a conquista do CAN2001 em sub-20, na Etiópia, a participação no mundial da categoria na Argentina, no mesmo ano, presenças quase regulares na fase final de campeonatos africanos das nações, a participação inédita no mundial "Alemanha2006” e a realização no país do CAN2010.
Apesar de tudo isso, tais sucessos têm sido ofuscados pelos resultados menos conseguidos das selecções nacionais e a nível organizativo.
Imputa-se à gestão cessante o facto de, por exemplo, Angola estar em vias de falhar a qualificação ao CAN2012, no Gabão e Guiné Equatorial, devido à sucessivas falhas organizativas, que resultaram no despedimento, quase sequencial, de técnicos.
Dentre os treinadores que passaram pelo Palancas, destaque para Oliveira Gonçalves, que liderou os sub-20 na conquista do campeonato africano, levou a selecção sénior ao mundial da Alemanha e alcançou pela primeira vez os quartos-de-final no CAN de 2008, no Gana.
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